Avaliação das práticas de biossegurança nas redes de atenção em saúde bucal de Recife no período de pandemia da Covid-19

Abstract

Objetivo: avaliar as ações de biossegurança adotadas pela atenção primária odontológica no período de pandemia da COVID-19 no sistema de saúde de um munícipio brasileiro, Recife, PE. Métodos: A partir de estudo transversal descritivo, com abordagem quantitativa, elaborou-se um questionário com questões de múltipla escolha e descritivas, cujas variáveis consistiram em: dados de cunho demográfico; formação e tempo de profissão; condições de trabalho e conhecimentos sobre biossegurança, e um checklist direcionando à identificação da estrutura física do local como áreas de recepção e consultório odontológico. A amostra foi composta pelas equipes de saúde bucal (cirurgiões dentistas e auxiliares/técnicos de saúde bucal) em todos os serviços de saúde que serviram como referência para Urgências Odontológicas na atenção primária durante a pandemia pela COVID-19, em dois momentos distintos (2020-2022). Resultados: A análise comparativa temporal dos resultados obtidos nos dois momentos (2020 e 2022), permitiu identificar semelhanças e diferenças na implementação dos protocolos de biossegurança. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas (p=0,008) com relação ao espaçamento das cadeiras da recepção de no mínimo 1 metro, (p=0,063) na utilização de óculos de proteção, (p=0,031) na higienização das mãos com preparações alcóolicas, equipamentos de proteção individuais utilizados para as atividades “sujas” (p = 0,039), na realização do monitoramento da autoclave (p= 0,031) e na forma de monitoramento da autoclave (p = 0,035). Com exceção do aumento da utilização da máscara cirúrgica de 76,9% em 2020 para 84,6% em 2022, houve uma diminuição do uso dos EPI na amostra mais atual. Conclusão: A rede de serviços em saúde bucal empenhou-se para garantir um atendimento odontológico seguro à população durante a pandemia da COVID-19. Porém, foram observadas negligências, capazes de aumentar o risco de exposição ao SARS-COV-2, demonstrando a necessidade de treinamento das equipes para aprimoramento dos protocolos de biossegurança adotados.