Qualidade do ar e a percepção dos usuários nos terminais de passageiros do Recife-PE

Abstract

Esta pesquisa objetivou avaliar a qualidade do ar nos Terminais Integrados (TIS) de passageiros do Recife e do seu entorno. Buscou-se, também, verificar a influência das variáveis climáticas como temperatura, umidade do ar e direção/velocidade dos ventos nas concentrações de Material particulado (MP). Foram coletadas amostras de espessuras 0,3μm, 0,5μm, 1,0μm, 2,5μm, 5,0μm, e 10μm através do contador de partículas. As coletas do MP ocorreram das 07h30 às 18h, no período seco, compreendido nas estações primavera-verão de 2018-2019. O trabalho foi realizado em seis terminais com estrutura semiaberta, contabilizando uma coleta por período, sendo eles TI Macaxeira, TI Barro, TI Aeroporto, TI Tancredo Neves e TI Caxangá, os quais apresentaram características ambientais e dinâmicas urbanas diferenciadas. Após a quantificação do MP nos locais, foram elaboradas fichas com as condições meteorológicas e feita a verificação da qualidade do ar por MP em três etapas: análise do local por contagem das partículas; conversão em micrograma por metro cúbico, examinando a concentração por período de amostragem do local; e análise em escala meso (Recife) a partir do aplicativo Nullscholl. E, por fim, a classificação de acordo com a tabela de Índice Geral de Qualidade do Ar (IQA). Além da mensuração dos materiais particulados, verificou-se a morfologia urbana e a percepção dos usuários sobre a temática da poluição do ar. Os resultados apontaram para uma concentração e uma dispersão do MP dependentes das variáveis climáticas e dos obstáculos fixos (morfologia urbana). Com isso, classificou-se o TI Caxangá, TI Joana Bezerra, TI Barro, TI Aeroporto e TI Tancredo Neves como terminais de dispersão, assim como os bairros em seu entorno (Caxangá, Ilha de Joana Bezerra, Jardim São Paulo, Boa viagem e Imbiribeira) e o TI Macaxeira como de concentração, e o bairro mais próximo também como Córrego do Jenipapo. Esse resultado é baseado nos pontos de coletas, que são influenciados por essas localidades. Nos resultados, a partir do indicador de qualidade do ar do MP, concluiu-se que nos dias das coletas, todos os TIS estavam com a qualidade do ar boa, não ultrapassando o valor permitido pela legislação federal. Ainda, as percepções dos usuários, por meio dos questionários, evidenciaram uma insuficiência de entendimento sobre questões ambientais, precisamente sobre a poluição do ar.