Acurácia da moldagem digital em prótese parcial removível : um estudo in vitro sobre o grau de adaptação de apoios

Abstract

A moldagem é uma etapa crítica na confecção da prótese parcial removível. O uso da moldagem digital é uma maneira de capturar a imagem do arco dental, com segurança e conforto para os pacientes. Dados comparativos entre fluxo digital e o analógico não apresentam evidências sobre a moldagem digital na confecção da prótese parcial removível associada a técnica da cera perdida. Objetivou-se verificar a acurácia da moldagem digital em prótese parcial removível, através de um estudo in vitro sobre o grau de adaptação de apoios. Foi usado um modelo de referência Classe III de Kennedy, apresentando um espaço protético entre o canino inferior direito e o segundo molar inferior direito, os quais tiveram os nichos confeccionados na região de cíngulo e na região mésio-oclusal, respectivamente. Foram realizadas moldagens de trabalho convencional com hidrocolóide irreversível nos subgrupos CONC e CONM, e escaneamento do modelo de referência nos subgrupos DIGC e DIGM. Os modelos obtidos, em gesso e resina, foram encaminhados para um laboratório de prótese onde foram fabricadas estruturas simplificadas em Liga de Cobalto-Cromo, adotando a técnica da cera perdida. O grau de adaptação das estruturas foi avaliado através da moldagem do apoio com silicone de condensação, qualitativamente pela observação de perfurações e quantitativamente, pela mensuração da espessura do molde de silicone em estereomicroscópio após o corte transversal. Os resultados foram analisados em software estatístico. Os dados quantitativos de grau de adaptação dos apoios foram submetidos ao teste estatístico Anova 2 Fator (p< 0,05), os dados qualitativos foram apresentados a partir de estatística descritiva. O teste Anova 1 Fator (p< 0,05) foi aplicado quanto aos valores dos pontos de mensuração da adaptação dos apoios entre as técnicas de moldagem. A adaptação regular foi a categoria mais prevalente entre os grupos. O grupo experimental CONC apresentou a maior média do grau de adaptação do apoio, ou seja, maior lacuna entre apoio e nicho, enquanto o subgrupo CONM a menor média. Os fatores em estudo, técnica de moldagem (p= 0,201) e tipo de nicho (p= 0,077), não foram estatisticamente significativos bem como não houve interação entre as variáveis (p= 0,073). Para os pontos de mensuração dos apoios oclusal e em cíngulo, em ambas técnicas de moldagem, não foi observado diferença estatisticamente significativa. O tipo de nicho e a técnica de moldagem não interferem estatisticamente na adaptação de apoios. A técnica de moldagem não representa um fator que influencia na adaptação de apoios oclusal e em cíngulo em distintos pontos de mensuração.