Influência do excesso de peso na aprendizagem de uma nova habilidade motora: rolamento do judô

Abstract

O objetivo deste estudo foi analisar a influência do excesso de peso sobre a aprendizagem de uma nova habilidade motora. Participaram do estudo 20 indivíduos do sexo masculino, entre 18 e 30 anos, que nunca tiveram contato prévio com o judô e foram divididos em dois grupos experimentais: Excesso de peso (EP) (n=10) e Eutróficos (EU) (n=10). Para analisar se os indivíduos se encaixavam como EU ou com EP foram verificados os parâmetros: altura, peso corporal, dobras cutâneas, circunferência abdominal e do quadril. Os indivíduos foram instruídos por uma pessoa graduada, que fez a demonstração da forma correta de executar o zempokaiten-ukemi. O treino teve um total de 10 sessões com duração de 15 minutos cada. Foram realizados testes iniciais para analisar o desempenho do participante logo após ele ter o primeiro contato com a técnica. O re-teste foi aplicado uma semana após o término dos treinos para avaliar a aprendizagem do indivíduo. Durante o teste e re-teste foi utilizada uma escala de avaliação de movimento, que também foi utilizada para verificar a competência motora percebida. Após concluírem a quinta e a décima sessão de treinamento os indivíduos responderam um rápido questionário, utilizando como instrumento a Escala de Brunel. Ambos os grupos apresentaram maiores pontuações na avaliação do movimento após o período de treinamento [EU (Antes 1,8 ± 0,467; Após 8,4 ± 0,499, p < 0,0001) e EP (Antes 1,4 ± 0,521; Após 7,6 ± 0,653, p < 0,0001)]. Ao final do treinamento, o grupo EP se identificou com menor competência motora percebida do que o grupo EU (Eu 9 (8-10); EP 7 (6-8), p = 0,013). No estudo do efeito do treinamento sobre a pontuação da Escala de Brunel, podemos observar que o grupo EP apresentou redução, na décima sessão em comparação com a quinta sessão, nas categorias de Tensão, Depressão e Raiva. Na comparação entre os grupos para uma mesma sessão foi observado que o grupo EP apresentou maiores valores que o grupo EU na quinta sessão nas categorias de Tensão, Depressão e Ansiedade, e na décima sessão na categoria de Ansiedade. Conclui-se que o estado nutricional não influencia na aprendizagem da técnica. Na competência motora percebida, pudemos observar que o grupo EP estima seu desempenho como inferior ao real. Após o período de treinamento, houve melhora significativa em alguns estados de humor de ambos os grupos, evidenciando que o exercício físico é um influenciador positivo na qualidade de vida das pessoas.