O ensino colaborativo na inclusão educacional de crianças autistas : especificidades da formação docente e intervenções educacionais.

Abstract

Esta pesquisa toma como objeto de estudo o Ensino Colaborativo na perspectiva da Educação Inclusiva. Elencamos enquanto objetivo compreender quais as contribuições do Ensino Colaborativo para a inclusão e formação educacional de crianças autistas na escola. De uma maneira mais específica, buscamos identificar as especificidades da formação docente, analisar as contribuições do Ensino Colaborativo para a inclusão de crianças autistas na perspectiva de professores/as e especialistas e identificar as intervenções educacionais que têm sido utilizadas no Ensino Colaborativo na perspectiva da inclusão educacional. Trabalhamos o Ensino Colaborativo na perspectiva da Educação Inclusiva dialogando a partir de Gately e Gately (2001), Rabelo (2012), Vilaronga (2014) e Pereira (2017). Para tratar do panorama da legislação brasileira em relação a inclusão e a formação de professores trabalhamos a partir da LDB nº 9.394/96, da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), da LBI nº 13.146/2015 e da Lei do Autismo nº 12.764/2012. Dialogamos acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Intervenções Educacionais, a saber ABA, Denver e TEACCH, a partir do DSM – V (2014), de Grandin (2012, 2015), Lacerda (2017a), Leon, Barish, Bortolon (2014) e Rogers e Dawson (2014). Nos pautamos na abordagem qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ, 2018), tendo como procedimento de produção de dados a análise documental e a entrevista semiestruturada. Como procedimento de análise, a análise de conteúdo via análise temática (Moraes 1999). A partir dos dados, foi possível identificar que não há amplo conhecimento por parte das profissionais acerca de intervenções para o autismo, mas todas as participantes afirmaram que uma prática subsidiada por uma intervenção pautada nas abordagens específicas pode colaborar para a atuação docente com crianças autistas visando a inclusão efetiva destes estudantes. Os resultados apontam ainda para a necessidade de formação inicial e continuada que abarquem conhecimentos referentes ao TEA, sendo esta última possível de se construir, também no chão da escola, pela via do Ensino Colaborativo.