Estudo das águas do Rio Ipojuca, entre as cidades de Caruaru e Bezerros: parâmetros físico-químicos e condições ambientais intervenientes.

Abstract

A poluição dos corpos d’água, causada pelo aporte de poluentes, pode ter origem em fontes pontuais e disfusas, entre as fontes pontuais podem ser destacados os efluentes domésticos e industriais. O processo de autodepuração é um importante fenômeno natural de depuração dos cursos d’água, referindo-se ao restabelecimento de suas características naturais, principalmente em relação às concentrações de oxigênio. Os despejos ricos em material orgânico em um curso d’água podem ser avaliados através do decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido e/ou aumento da concentração de matéria orgânica. A medida do aporte de matéria orgânica na água pode ser realizada de forma indireta se estimando a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica presente. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo principal avaliar a influência das cidades de Caruaru e Bezerros no aporte de matéria orgânica no rio Ipojuca-PE. Para este estudo, foram realizadas coletas mensais no período de dezembro/2016 a novembro/2017, compreendendo o período seco (dez/16 a abril/17 e ago/17 a nov/17) e chuvoso (maio/17 a julho/17), em sete pontos de coleta, distribuídos num trecho de 52,6 km de rio. Os parâmetros de qualidade da água (OD e DBO) foram correlacionados estatisticamente com os dados pluviométricos, além de uma avaliação quanto a sua adequação aos limites estabelecidos pela legislação ambiental (CONAMA Nº 357/2005). Também foram analisados os parâmetros temperatura, pH e demanda química de oxigênio (DQO), verificando a influência dos mesmos no comportamento do rio Ipojuca durante o período de estudo. Os resultados indicaram que as cidades de Caruaru e Bezerros contribuem com um elevado teor de carga orgânica no rio Ipojuca, contribuindo negativamente na qualidade da água do mesmo. O índice pluviométrico foi um fator importante na análise da qualidade da água do rio Ipojuca, elevando os níveis de OD e reduzindo os níveis de DBO. Ficou evidente que o rio Ipojuca tem recebido uma carga orgânica maior do que o mesmo pode assimilar, comprometendo sua capacidade de autodepuração e inviabilizando o corpo d’água para diversos usos.