Protagonistas de uma matemática utilitária: um estudo com feirantes de Passira-PE.

Abstract

A matemática sempre ocupou um papel de destaque na sociedade, pois se desenvolveu a partir das necessidades básicas do homem. Dessa forma, ela está presente em diversas situações cotidianas, mesmo que muitas vezes não percebamos, por tratar de algo natural. Frequentemente estamos realizando medições, comparações, cálculos, entre outras atividades, sendo esses conceitos matemáticos. Temos também a matemática denominada formal, validada nas instituições de ensino, ensinada através de algoritmos, fórmulas, métodos e estratégias definidas. Com isso, temos uma matemática considerada informal e outra formal, nessa perspectiva buscamos investigar a matemática informal, através dos métodos utilizados pelos feirantes do município de Passira,onde na sua maioria não apresentam escolarização, por não terem dado continuidade aos estudos, mas que conseguem realizar os mais diversos cálculos enquanto exercem sua função. Objetivamos com isso compreender os diversos conhecimentos matemáticos existentes em alguns membros de este grupo social. Para isso, utilizamos como fundamentação teórica a Etnomatemática que tem como principal colaborador D’Ambrósio, tecendo relações com outros autores sendo está uma forma de demonstrar como as matemáticas estão intrínsecas a cultura dos sujeitos. Durante a entrevista, método utilizado, percebeu-se que os feirantes demonstraram habilidades matemáticas de cálculo mental, não contando com auxílio de outras ferramentas. Seus registros não estavam de acordo com os algoritmos ensinados nas instituições de ensino, apesar de apresentarem resultados corretos. Com isto, pode-se constar que existem outros modos de utilizar a matemática, além da formal,que também levam a resultados precisos, ou seja, apresentamos por meio deste trabalho que existem diferentes formas de reconhecer as matemáticas existentes nos diversos contextos e espaços.