A estratégia expográfica do Cais do Sertão e a identidade "nordestina"

Abstract

Este trabalho tem como objetivo refletir a respeito de uma parcela da exposição de longa duração do Museu Luiz Gonzaga – Cais do Sertão, mais precisamente os setores “Ocupar”, “Viver” e “Trabalhar” do espaço. O foco são os elementos e recursos expográficos utilizados por uma instituição museológica na elaboração e/ou consolidação de uma identidade, neste caso, a nordestina. Para a análise proposta, foi associada a bibliografia correspondente aos recursos expográficos da Museologia àquela referente às representações da “identidade nordestina”. Desta maneira, foram escolhidos quatro autores consolidados em suas respectivas áreas: SCHEINER (2006, 2012) e CURY (2005, 2014), com a perspectiva museológica, e ALBUQUERQUE JÚNIOR (2011) e ZAIDAN FILHO (2001), com a histórica. Como fontes de pesquisa, foram utilizados documentos do arquivo do Museu, seu portal eletrônico e a própria exposição através da observação no/do local. Além disso, foi verificada a (não) existência de trabalhos sobre o mesmo objeto em repositórios digitais, com abordagem similar. O primeiro capítulo tem por objetivo discutir os conceitos da Museologia, ligados à comunicação e à expografia, e os estudos realizados sobre a representação do Nordeste. O segundo busca apresentar a metodologia utilizada durante todo o trabalho de pesquisa e produção textual da monografia e o museu em seu contexto de criação e institucionalização, também descrevendo a expografia do espaço. O terceiro, e último, analisa a exposição de acordo com o referencial teórico. O trabalho busca, por fim, refletir a respeito do emprego de recursos expográficos para apresentar uma determinada ideia de “identidade nordestina”, buscando, sobretudo, sua capacidade de afetar os visitantes, através de elementos que lhes são familiares, da maneira mais eficiente possível, contribuindo, neste caso, para a consolidação do conceito de Nordeste.