Poéticas na curadoria contemporânea : um percurso pelas exposições Cães sem Plumas e Histórias Mestiças

Abstract

Visto que a curadoria e os processos curatoriais podem ser lidos como produção de conhecimento, busca-se entender de que forma a curadoria atua como mediadora do processo artístico e se ela pode atuar como colaboradora e/ou coautora. Para delimitar tal estudo, apresentamos a análise de duas propostas curatoriais distintas, de Moacir dos Anjos e Adriano Pedrosa, buscando possíveis convergências e diferenças em suas poéticas, métodos e práticas curatoriais: as exposições Histórias Mestiças (2014), organizada por Adriano Pedrosa e Lilia Schwarcz, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e a exposição organizada por Moacir dos Anjos denominada Cães sem Plumas, exibida em uma versão compacta, intitulada Cães sem Plumas [prólogo], na galeria Nara Roesler, em São Paulo (2013), e no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – MAMAM, em Recife, entre 23 de abril e 6 de julho de 2014. Para fundamentar o argumento do estudo, recorre-se a autores que estabelecem um vínculo entre a Arte e suas poéticas, como Martin Heidegger; autores que se vinculam à Teoria da Arte, como Arthur Danto; autores ligados às questões da curadoria, como Hans Ulrich Obrist e Alexandre Ramos; bem como textos dos curadores pesquisados e seus partidos escolhidos nos campos filosóficos, políticos e estéticos. Cabe ressaltar o caráter qualitativo da pesquisa, no intuito de desvelar os significados através da escrita e/ou da fala dos curadores, aprofundando a reflexão sobre a arte contemporânea e as relações entre esta e a curadoria.