Skip navigation
Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39970

Compartilhe esta página

Registro completo de metadados
Campo DCValorIdioma
dc.contributor.advisorREESINK, Edwin Boudewijn-
dc.contributor.authorBRAGA, Emanuel Oliveira-
dc.date.accessioned2021-04-25T18:12:28Z-
dc.date.available2021-04-25T18:12:28Z-
dc.date.issued2019-11-11-
dc.identifier.citationBRAGA, Emanuel Oliveira. Histórias indígenas e mitos restauradores : os Potiguaras entre santos, festas e ruínas. 2019. Tese (Doutorado em Antropologia)- Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2019.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39970-
dc.description.abstractSão Miguel é o padroeiro do povo Potiguara. Surgido no “Tapuio”, na mata, o índio-anjo- aparição-imagem imemorialmente protege as famílias, as aldeias e as terras indígenas. Depois de morto, ressuscitado e tornado imagem, o arcanjo guerreiro foi guardado em uma igreja na aldeia Vila São Miguel, Baía da Traição, Paraíba. Como retribuição aos milagres operados pelo santo, os caboclos organizam novenários, procissões e festas em sua homenagem. Nos anos 1970, a imagem original foi levada (em rapto ou procissão) para uma capela localizada na aldeia São Francisco, dividindo as celebrações do padroeiro. Há séculos missionários e a “Igreja” intentam disciplinar e reorganizar as devoções dos Potiguara a São Miguel. Entretanto, na festa do povo, antigos ritos como o acendimento de velas nas velhas paredes da igreja da aldeia São Miguel, as novenas em um latim com sotaque local na capela da aldeia São Francisco e os excessos “mundanos” das quermesses e forrós, revertem a formalidade da sacralidade católica em nome de tradições imemoriais mais profundas. Desde a década de 1970, agentes eclesiais, indigenistas e preservacionistas buscam junto às instituições de patrimônio (Iphaep e Iphan) o tombamento e a “restauração” das ruínas da igreja potiguara de São Miguel. Tombada pelo Estado da Paraíba em 1980, a igreja (atualmente em ruínas) nunca foi reconhecida como patrimônio nacional, mesmo sendo um “bem imóvel religioso”, objeto predileto dos processos de reconhecimento patrimonial, com vasta documentação de viés colonialista e católico da “história oficial”. Os impasses do reconhecimento da igreja potiguara de São Miguel como patrimônio brasileiro, em comparação com outros processos de tombamento e registro de bens referenciados por grupos indígenas e afrodescendentes, evidencia cosmovisões do Iphan diante de mundos “não brancos” que estabelecem dicotomias e hierarquias entre as ideias/práticas civilização material x comunidades (primitivas/ tradicionais/ étnicas/ populares) do imaterial. A existência de santos e igrejas indígenas é reiteradamente ignorada e rechaçada nos processos de tombamento nacional. Estereotipados como seres a-históricos, pré-históricos ou de estória oral, indígenas não seriam capazes de edificar monumentos, estando fadados a compor paisagens naturais, marcar territórios com vestígios arqueológicos e repetir espontaneamente manifestações “imateriais”. Histórias de São Miguel das aldeias, do templo potiguara construído em sua homenagem e de outros monumentos indígenas descritos na presente tese desestabilizam e revertem os oficiais falsos históricos das políticas de patrimônio aqui e alhures.pt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.publisherUniversidade Federal de Pernambucopt_BR
dc.rightsopenAccesspt_BR
dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/*
dc.subjectParaíba - Históriapt_BR
dc.subjectÍndios Potiguarapt_BR
dc.subjectPatrimônio culturalpt_BR
dc.subjectMonumentos – Conservação e restauraçãopt_BR
dc.subjectInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Brasil)pt_BR
dc.titleHistórias indígenas e mitos restauradores : os Potiguaras entre santos, festas e ruínaspt_BR
dc.typedoctoralThesispt_BR
dc.contributor.authorLatteshttp://lattes.cnpq.br/9353343506903294pt_BR
dc.publisher.initialsUFPEpt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR
dc.contributor.advisorLatteshttp://lattes.cnpq.br/9566407902205153pt_BR
dc.publisher.programPrograma de Pos Graduacao em Antropologiapt_BR
dc.description.abstractxSão Miguel is the patron saint of the Potiguara people. Appearing in the “Tapuio”, in the woods, the indian-angel-apparition-image immemorially protects families, villages and indian lands. After his death, resurrected and becoming an image, the warrior archangel was kept inside a church at Vila São Miguel, Baía da Traição, Paraíba. As a retribution for the miracles performed by the saint, the caboclos have been organizing novenarians, processions and fetes in his honor. In the 1970s, the original image was taken (by abduction or procession) to a chapel located in the São Francisco village, sharing the patron saint’s celebrations. For centuries missionaries and the “Church” have been trying to discipline and reorganize the Potiguara’s devotions to São Miguel. However, in the people’s celebrations, ancient rites like lighting candles in the old walls of the São Miguel village’s church, the novenas in latin with local accent in the São Francisco village’s chapel and the “mundane” excesses of kermesses and forrós, reverses the catholic sacredness formality in the name of deeper immemorial traditions. Since 1970 and 1980 decades, ecclesial and indigenous agents have pursued through the channels of heritage institutions (Iphaep and Iphan) the landmark heritage listing and the “restoration” of the São Miguel potiguara church’s ruins. Listed by the State of Paraíba in 1980, the church (actually in ruins) was never recognized as a national heritage site even though it is a “immovable religious property”, favourite object of historic heritage designation processes, with extensive documentation of colonialist and catholic bias of the “official history”. The impasses of São Miguel’s potiguara church recognition as brazilian heritage site, in comparison with other patrimonialization processes referenced by indigenous and afro-descendant groups, showcase Iphan’s worldviews facing “non-white” worlds that establish dichotomies and hierarchies between the ideas/practices material civilizations x immaterial communities (primitive/ traditional/ ethnic/ popular). The existence of indigenous saints and churches is repeatedly ignored and rejected in the processes of national heritage sites. Stereotyped as ahistorical, prehistorical, or from oral history beings, indigenous people would not be able to build monuments, being bound to compose natural landscapes, mark territories with archaeological remains and to spontaneously repeat “immaterial” manifestations. The stories of São Miguel das aldeias, of the potiguara temple built in his honor and other indigenous monuments described in this thesis destabilize and reverses the official false historical narratives of heritage policies here and elsewhere.pt_BR
Aparece nas coleções:Teses de Doutorado - Antropologia

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
TESE Emanuel Oliveira Braga.pdf8,66 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Este arquivo é protegido por direitos autorais



Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons