A química no ensino médio: o ensino de conceitos e da linguagem química nas escolas públicas da cidade de Gravatá - PE.

Abstract

Muitos estudantes da Educação Básica acreditam que a Química é uma disciplina sem sentido por não conseguirem associá-la a acontecimentos e a fenômenos naturais da vida fora da sala de aula. Acreditam ainda se tratar de uma disciplina de difícil entendimento, apresentando, portanto, dificuldades em aprendê-la. Schnetzler (2004, p. 52) afirma que “[...] o conhecimento científico não faz parte do contexto cultural dos alunos”. Logo, ao ensinar sobre essa ciência, deve-se buscar aproximar os conhecimentos do cotidiano com os conhecimentos aceitos nesta área científica e, nesta perspectiva, o docente pode se utilizar de metáforas e de analogias para fazer as ligações dos conceitos químicos com a realidade dos estudantes. Segundo Moraes et al (2007, p. 193) “aprender Química é ampliar entendimentos de senso comum dos fenômenos com a inserção de significados produzidos no discurso científico e, mais especificamente, no discurso da Química”. De acordo com Machado e Mortimer (2007), a linguagem científica apresenta características próprias que a difere da linguagem comum e devido a estas características, os estudantes por vezes acham-na estranha e difícil. Diante disto, esta pesquisa tem como objetivo investigar como se dão as práticas docentes no Ensino Médio relacionadas ao ensino de Química e os aspectos que facilitam e que dificultam a aprendizagem dos conceitos, bem como da linguagem técnica da área, considerando a visão dos docentes e dos discentes, nas escolas públicas de Gravatá - PE. Para isto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 3 professores de Química e foram aplicados questionários com uma turma de terceiro ano do Ensino Médio de cada docente. Os resultados mostram que não há possibilidade de ensino da Química sem a menção aos seus termos técnicos; os alunos apresentam dificuldades no aprendizado dessa linguagem química; o professor tem um papel importante no processo de ensino-aprendizagem, pois a forma com que aborda os conceitos desta área do conhecimento e a linguagem química interfere no aprendizado dos estudantes e ainda que as abordagens que apresentam maior possibilidade de favorecer o aprendizado dos conceitos químicos e da aquisição da linguagem química são aquelas que levam o estudante a refletir, a pensar, a falar e a escrever sobre os conhecimentos químicos. As metáforas e as analogias se mostram como recursos essenciais para o processo de ensino e de aprendizagem da Química, porém dois dos docentes investigados não percebem a importância da utilização desses recursos.