Mobilidade de íons em planossolo sódico com a aplicação de fluente de lagoa de maturação

Abstract

A agricultura irrigada é a maior consumidora de água doce do mundo, responsável por 69% de todo o consumo de água. Uma forma de reduzir esse consumo, é o uso de águas residuais tratadas na agricultura irrigada. A aplicação controlada dessas águas pode atuar como um insumo de macro e micronutrientes às culturas, o que também favorece uma economia no uso de fertilizantes inorgânicos. O presente trabalho objetivou estudar a mobilidade de íons presentes no efluente de lagoa de maturação na matriz de um planossolo sódico da região do agreste de Pernambuco, por meio de colunas de solo, e a absorção de nutrientes com o uso de alface como bioindicador. O experimento foi dividido em duas etapas, em que: na primeira etapa, as colunas de solo foram submetidas a irrigações diárias, divididas em cinco tratamentos (água de abastecimento, solução nutritiva, efluente tratado não diluído, efluente diluído a 50%, efluente diluído a 25 %), e avaliado o solo nas profundidades de 0-20cm e 20-40 cm; na segunda etapa, foi realizado o plantio do alface e este irrigado com os mesmos tratamentos da primeira etapa, para avaliar a fertilidade do solo após as irrigações. Os resultados revelaram que todos os tratamentos aumentaram bastante a quantidade de nitrato e fósforo no solo, após a aplicação das soluções de irrigação nas colunas, com destaque para a solução nutritiva e o efluente doméstico tratado não-diluído, cujas concentrações iniciais eram de 23,3 mg NO₃⁻.kg⁻¹ e 62 mg P.dm⁻³, respectivamente, e após a aplicação da solução nutritiva e do efluente doméstico tratado não-diluído, as concentrações de NO₃⁻ e P passaram a ser 115,88 mg NO₃⁻.kg⁻¹ e 151,67 mg P.dm⁻³, e 35,77 mg NO₃⁻.kg e 108,67 mg P.dm⁻³, respectivamente. O efluente tratado utilizado, não só melhorou a fertilidade do solo, como também se mostrou semelhante aos resultados obtidos pela solução nutritiva. No entanto, foi possível constatar também que teores de fósforo acima de 90 mg.dm⁻³ prejudicou o desenvolvimento da planta.