Perfil fitoquímico e atividade biológica de Acanthospermum hispidum L., Boerhavia difusa L.e Eleutherine bulbosa (Mill) Urb.

Abstract

Muitas plantas do Bioma Caatinga são utilizadas como recursos terapêuticos desta região. Este estudo verificou os potenciais bioativos e os perfis fitoquímicos de Acanthospermum hispidum L., Boerhavia diffusa L. e Eleutherine bulbosa (Mill) Urb. coletadas no semiárido pernambucano. Foram verificados os potenciais antioxidantes através dos métodos de inibição do radical livre 2,2-difenil-1-picrilidrazil (DPPH) e poder antioxidante redutor do ferro. Foram realizadas as prospecções químicas, os doseamentos de fenóis e flavonoides, análises cromatográficas, Espectrometria de Massas e ensaios para detecção da ação citotóxica e microbiológica. A. hispidum (99.9 ± 3,4 μg EQ.g⁻¹) e E. bulbosa. (113,3 ± 3,1 μg EQ.g⁻¹) apresentaram as maiores quantidades de flavonoides. E. bulbosa (105,1 ± 1,5 μg EAG.g⁻¹) e B. diffusa (161,0 ± 11,7 μg EAG.g⁻¹) apresentaram os maiores teores de fenóis. As espécies botânicas que apresentaram maiores teores de fenóis e flavonóides, também apresentaram alto potencial antioxidante, como oIC50 de E.bulbosade 123.8 ± 0,2 μg.mL⁻¹ e B. diffusa de 159.9 ± 15.1 μg.mL⁻¹, não apresentando diferenças estatísticas para o ácido cítrico utilizado. A análise do poder antioxidante redutor do ferro demonstrou que B. diffusa apresentou 198,08 ± 4,64 μg ET.g⁻¹ e E. bulbosa 136,1± 2,18 μg ET.g⁻¹. As espécies testadas apresentaram baixos percentuais de hemólise (abaixo de 14%). Devido aos resultados significativos da espécie E. bulbosa,tal foi submetida ao fracionamento e testes complementares de atividade citotóxica, frente a linhagem tumoral HeLa, e atividade antimicrobiana frente a bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e álcool ácido resistentes, além de leveduras. Os resultados observados demonstram um alto potencial antioxidante e uma vasta riqueza de compostos químicos através das análises cromatográficas como também a baixa toxicidade de espécies oriundas do bioma Caatinga, o que justifica o uso popular terapêutico destas espécies.