Circunferência do pescoço e risco cardiovascular em estudantes de nutrição de um centro universitário no interior de Pernambuco

Abstract

Introdução: Jovens universitários parecem ser uma população de risco para o desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares (DCV). Um dos fatores de riscos para a DCV que vem sendo apontado é o padrão da composição corporal e a distribuição da gordura corporal. Diferentes índices antropométricos têm sido diretamente relacionados ao risco de DCV, tendo sido demonstrado que a circunferência do pescoço (CP) tem se apresentado como um índice confiável de avaliação de adiposidade da parte superior do corpo, uma vez que a gordura localizada nessa região está associada a diversos fatores de risco cardiovasculares, que podem favorecer o aparecimento de doenças cardiovasculares. Objetivo: avaliar a Circunferência do Pescoço como fator de risco cardiovascular em estudantes de nutrição de um centro universitário no interior de Pernambuco. Material e método: trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco - CAEE nº: 86166218.3.0000.5208; envolvendo 50 estudantes regularmente matriculados no curso de Nutrição, do Centro Acadêmico de Vitória da Universidade Federal de Pernambuco. Foram coletadas informações demográficas (idade, sexo); classe socioeconômica; dados referentes à avaliação antropométrica: peso, estatura para a estimativa do IMC e circunferência do pescoço (CP). Para tanto, foram utilizados os instrumentos: questionário próprio estruturado e o de Critério de Classificação Econômica do Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa. Resultados: foi verificada uma maior frequência de estudantes do sexo feminino 84,0% (n=42); 80,0% (n=40) dos estudantes cursavam entre o 5º e 8º períodos e a maioria pertenciam à classe social média (82,0% / n=41 ). Com relação ao estado nutricional dos estudantes a maioria (68,0% / n= 34) dos eram eutróficos, embora tenha sido constatado que 20,0% (n= 10) apresentava excesso de peso, sendo considerados sobrepeso e obesidade. Com relação a medida da CP a maioria dos universitários apresentaram baixo risco (84% / n=42), sendo os valores médios da CP para os universitários do sexo masculino e feminino de 37,41 e de 32,2 cm, respectivamente. Conclusão: os dados do presente estudo demonstraram que a CP, pode ser utilizada como marcador antropométrico para estimar risco cardiovascular. Embora a população de universitários em sua maioria tenha se apresentado com baixo risco cardiovascular, uma parcela importante de estudantes merece atenção por apresentarem risco elevado considerando a CP. Por fim, destaca-se a facilidade de aplicação e o baixo custo o que pode viabilizar sua utilização em serviços de saúde pública.