Desenvolvimento de teste imunossorobiológico baseado em nanobiosensores para detecção da hepatite B

Abstract

A tese aborda o desenvolvimento de um biossensor como um imunoensaio eletroquímico dedicado à detecção do vírus da hepatite B (VHB). Além disso, trata-se de divulgar à comunidade científica e acadêmica dois capítulos de livro sobre os avanços mais recentes em relação aos imunossensores aplicados na área de saúde. Este trabalho estabelece uma metodologia que explora um sistema livre de marcação, ou seja, a detecção direta sem a necessidade de anticorpos secundários marcados com espécies redox. Para isso, uma plataforma sensora com superfície nanoestruturada foi utilizada para determinação do anti-HBc, um importante soromarcador de infecção pelo VHB no contexto da saúde pública. A interface eletródica foi estavelmente modificada com nanotubos de carbono de múltiplas paredes e polipirrol para imobilização do antígeno viral HBcAg. Um método versátil e alternativo denominado de polimerização em fase a vapor foi empregado com grande potencial de aplicação industrial devido à facilidade de síntese de uma matriz de estabilização polimérica uniforme e altamente condutiva. O sinergismo entre esse namaterial e o polímero condutor aumentou a condutividade do sistema em 340%. A resposta analítica do imunossensor apresentou uma faixa linear entre 1,25 e 7,5 ng/mL de anti-HBc, com um bom coeficiente de variação (r = 0,977) e um limite de detecção de 0,77 ng/mL. Esses resultados demonstram ser relevantes para um futuro teste comercialmente disponível que auxilie na investigação precoce da Hepatite B em larga escala, estimando a prevalência populacional, especialmente em locais mais descentralizados. Ainda, através do levantamento atualizado da literatura científica para a redação da tese foi possível colaborar em seções de livros nos periódicos da IntechOpen e Springer. No primeiro, grande enfoque é dado sobre a importância fornecida pela nanotecnologia, discutindo os aspectos de diferentes nanomateriais à base de carbono envolvidos na elaboração de biossensores eletroquímicos como dispositivos rápidos e portáteis em testes para o pronto atendimento de diagnósticos em saúde. No segundo, uma comparação é realizada sobre o impacto exercido pelos eletrodos impressos nos imunossensores em relação aos testes imunocromatográficos de fluxo lateral. Além de ter concedido um aprofundamento sobre as principais nanopartículas metálicas utilizadas na área, também foi analisado sobre a nova tendência de unir o campo da microfluídica com o biossensoriamento. Entretanto, pondera-se que mais estudos desafiadores envolvendo as ciências dos nanomateriais, biomedicina e engenharia eletrônica devam ser conduzidos futuramente na tentativa de alcançar dispositivos ainda mais rápidos, práticos e confiáveis.