Um olhar sobre sociabilidades e práticas socioespaciais para o Recife (1980-1989)

Abstract

Este trabalho estuda a construção de sociabilidades (SIMMEL, 1903) e relações socioespaciais na cidade do Recife, entre 1980 e 1989, aproximando a temática da apreensão do conceito de sociabilidades urbanas e modelos de representação na cidade. Para tal, além do estudo dos trabalhos de autores que se dedicaram a esta temática, as principais fontes pesquisadas foram as publicações de jornais da época. O recorte temporal corresponde à fase de redemocratização do Brasil, reconstrução da cidadania e inserção do País em um mundo globalizado, com tecnologia avançada, momento que alguns estudiosos denominam Pós-Modernidade (BAUMAN, 1998), ou Modernidade Tardia. Nesse período, o Recife apresenta desigualdades sociais significativas, altos índices de violência urbana e miséria. Em meio a este cenário, a cidade tem crescimento acelerado e desordenado, com adensamento dos bairros centrais e periféricos, destruição de grande parte do repertório arquitetônico edificado ao longo do tempo. Essas mudanças introduzem também o modelo neoliberal de tratar a economia e a cidade, que acarretam mudanças significativas à sociedade e aos modos de viver em sociedade, desdobrando-se sobre as maneiras de configurar os ambientes urbano-arquitetônicos. Pretende-se compreender em que medida podemos alinhar os fios desses acontecimentos à construção e percepção da cidade na contemporaneidade. Nesse contexto, as sociabilidades, enquanto maneiras de se relacionar, entre e com as pessoas, são postas a negociações e reflexão.