Influência dos fatores clínicos, bioquímicos e do consumo alimentar sobre o ganho de peso interdialítico de pacientes submetidos à hemodiálise no município da Vitória de Santo Antão-PE

Abstract

O ganho de peso entre as sessões de hemodiálise (HD) deve ser estritamente controlado, uma vez que um percentual de ganho de peso interdialítico (GPID) superior a 5% já se associa a um aumento na taxa de mortalidade em 35%. A alimentação tem sido apontada como um dos principais fatores envolvidos. Assim, o objetivo do presente trabalho foi identificar os fatores nutricionais associados ao GPID de pacientes submetidos à HD. Trata-se de um estudo do tipo série de casos, realizado com 45 pacientes em tratamento hemodialítico de ambos os sexos, atendidos na Clínica do Rim da Vitória de Santo Antão-PE. O GPID foi obtido entre uma sessão e outra de HD, utilizando a fórmula: (Peso pré-HD atual – peso pós –HD anterior). Foi realizada uma avaliação antropométrica, mediante o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC). Os dados clínicos e bioquímicos foram coletados dos prontuários dos pacientes. Foi aplicado um questionário semiquantitativo de frequência alimentar para avaliar o consumo total de sódio e de líquidos. Os escores de frequência alimentar foram descritos sob a forma de mediana e intervalo interquartílico (IQ). A associação do consumo alimentar com as variáveis explicativas foi avaliada pelo teste “U” de Mann Whitney. Na validação das associações investigadas, foi adotado o valor de p< 0,05. A média de idade obtida foi de 49,53 ± 14,28 anos, predominando homens adultos. A doença preponderante foi à hipertensão arterial sistêmica (HAS) (66,7%) e a qualidade da diálise foi adequada Kt/V: 1,4 (1,3-1,8). Quanto aos exames laboratoriais foi observado, anemia, ureia pós-hemodiálise e creatinina aumentadas. Quanto ao IMC foi verificado eutrofia tanto em adultos quanto em idosos (24,02 ± 4,06 kg/m2). Pacientes com maior GPID demonstraram uma maior frequência de consumo de hambúrgueres e bolachas tipo cream cracker. Entretanto, não se observou diferença estatística quanto ao consumo de sódio total e de líquidos diários entre os grupos estudados. Os estudos relacionados ao tema são escassos, diante disso é necessário mais estudos, a fim de confirmar os resultados aqui expostos.